Espelho de Eu Mesma

Me peguei olhando para janela novamente, às vezes tenho a sensação de estar fora do corpo vendo uma outra mulher, um outro eu. Filósofos diriam que essa minha sensação não passa de um histórico de bagagens refletidas em cenas. Já ouvi falar que as pessoas não passam de um “Espelho do Outro”, mas me admira o fato de me ver em instantes como “Espelho de eu mesma”.

Como você era quando criança?

É incrível como mudamos ao passar do tempo, e tão pouco como corre o tempo. Lembro-me quando pegava a boneca e transformava em aluna, lhe dirigia a palavra com ordem. me via as ensinando o “B a Bá”, a qual não fazia muito tempo ter aprendido. Ao crescermos somos estimulados para as escolhas, talvez um “O que você vai querer ser quando crescer?” seja um dos primeiros passos para a tão devida escolha.

Hoje tenho em vista que o me incomoda é o fato de não estimularmos as novas gerações as reflexões. Esses dias tive uma aula incrivelmente motivadora, a qual o professor dizia que a visão dos filósofos antigamente era o ensino através de atos de vivência, algo como um estímulo para reflexão da realidade. Tendo isso em vista, pensei:

“O que estou aprendendo com a minha realidade?”

A verdade é que aprendemos coisas novas todos os dias, crescemos, nos desenvolvemos, mas nem sempre nos encontramos em nós mesmos. É fácil de se encontrar pessoas não satisfeitas com o trabalho que possui, bens materiais e status social. O que vejo que está em falta hoje é o valor nas conquistas, sejam elas grandes ou pequenas.

Será que as pessoas andam se tornando cada dia mais ingratas? Ou será que o “querer mais” nos faz esquecer as conquistas que nos cerca?

Em algumas culturas, no final do ano, as pessoas fazem uma lista de coisas que querem conquistar no próximo ano, bens materiais, profissionais, pessoais. Essa lista serve como motivação, e ao finalizar o ano, se verifica se foi realmente conquistado o desejado. E se você for consultar, alguns itens da lista você vai ter realizado, e outros permaneceram na lista. Mas, o mais curioso é que muitos dos itens você nem se quer mais tem como prioridade na sua vida. Sabe por que? Porque nós seres pensantes, nos fazemos satisfeitos e insatisfeitos com muita facilidade. Isso mesmo, as mudanças são constantes!

Você se lembra do que você queria ser quando era criança?

O que quero que você pense, é que a infância tem cheirinho de “me deixa brincar”. É essa essência que adoro nas pessoas, as que entram na brincadeira sem preocupação, e no fim ganhando ou perdendo se divertem.

Quando crescemos somos cercados de afazeres e responsabilidades, nos deixando distante do que a vida tem de melhor. Brincar com os detalhes, aprendendo mais e mais!

Que tal voltar a ser criança?